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Saturday, April 10, 2010

Rio, meu rio... eu choro, eu Rio


Apesar de ser paulista, paulistana da Paulicéia amada e desvairada.. eu SEMPRE AMEI o Rio.
Eu tinha 9 anos quando fui ao Rio de Janeiro pela primeira vez... fiquei encantada. É certo que aquela doce novelinha com a jovem Nivea Maria "A Moreninha", baseada no romance de Joaquim Manuel de Macedo, já havia me introduzido às belezas do Rio de Janeiro... ainda mais quando aqueles vestidos românticos e os maneirismos da época contagiavam a expectativa da crianca sonhadora... (achei uma foto da novela: Vejam só a Nivea Maria aí:)
E quando estive pessoalmente no Rio, com minha família, aquilo tudo se transformou numa realidade-sonho, num sonho-realidade fascinante!
Sim, apaixonei-me à primeira vista pelo Rio de Janeiro. Cidade linda, maravilhosa, encantadora! O Rio era sinônimo absoluto de alegria, magia, prazer!
Eu queria acordar todos os dias naquela cidade, contemplar o mar da janela, do morro, do outro lado da praia... Queria sentir o frescor da manhã no meu rosto pueril, e sentir-me transportada a uma outra dimensão... Queria subir até os pés do Cristo e de lá ver tudo o que ele via e concordar com ele: não há melhor lugar no mundo para transformar-se em estátua! Eu também ficaria ali no alto do Corcovado para sempre! O  "sempre" eram apenas alguns minutos, mas duravam uma eternidade no coracão dessa menina apaixonada pela cidade, pela beleza natural, pela história do Brasil, antiga capital, e pela vontade de viver em Paquetá como a "Moreninha" viveu.

Passeando pelo Rio, pedi ao meu pai para que lá morássemos!
Sim, era isso o que eu queria! Morar no Rio de Janeiro!
Meu pai olhou para aquela garota e disse: "filha, aqui é muito quente".
De fato, o calor era um obstáculo. Para o papai, que sempre preferiu um clima mais ameno, o Rio seria uma fornalha! Haveria talvez outros motivos para jamais deixar São Paulo, mas esses agora nem seriam postos à mesa. Jamais moraríamos no Rio. O que seria 'bom',  repensando a questão, pois para mim essa continuaria a ser a "cidade dos sonhos", virtude da distância.
Toda a vez que voltava para o Rio, adolescente, jovem, recém-casada, o sentimento de beleza e desejo por essa cidade, voltavam a ocupar meus pensamentos...
E hoje, depois de 30  e tantos anos quando ali estive pela primeira vez... o Rio continua sendo para mim um local lindo, uma cidade bela, talvez uma das mais belas que já visitei... só perdeu um pouco o encanto por causa da violência que a aflige, quase invencível pelas autoridades... (o mesmo digo de São Paulo).
No entanto, para mim, hoje o Rio volta a estar no centro do meu coracão, não pela beleza natural... esmaecida pelas últimas chuvas... devastadoras...
Mas pela beleza da solidariedade humana: Um rio de amor e compaixão invadiu o Rio depois da invasão ingrata das chuvas.
Quando vejo a quantidade enorme de pessoas que perderam suas casas, seus pertences, seus familiares, seus filhos,  ainda criancas! seus pais! seus amigos! a tristeza me amarga.. mas não se perderam os sonhos, não se perdeu a esperanca resgatada pela mão amiga de quem sofre junto.

Rio, meu Rio, também sofro por ti hoje, depois desse fim de semana em que as águas cobriram tuas ruas, teus carros, as pessoas ali... mas descobriram a vontade enorme de ser feliz.. ou de continuar a sê-lo depois da tormenta.

Conte comigo, Rio. Obrigada por me trazer alegria. Hoje choro por ti.. mas no meu coracão sempre eu rio, eu-Rio muito e sou feliz.

3 comments:

Tia Cleide said...

Parabéns, Clozinha! Voce expressa o que muitos de nos brasileiros sentimos: um encanto pelo Rio, uma admiracao pela beleza da cidade maravilhosa, e a tristeza de presenciar de longe o que aconteceu estes dias. Continue! Vale a pena!

Ana Clo Thome Williams said...

Obrigada, Cleide!

Josué said...

Puxa, muito bom mesmo!