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Saturday, March 17, 2012

VER DE NOVO O VERDE NOVO

Era uma linda tarde de verão...
Éramos jovens e amávamos as aventuras!
"Jaqueline", chamou-me Eduarda, "que tal um convescote, amanhã?".
"Ah, você quer dizer um "piquenique"? Ótima ideia, pensei! Poderíamos jogar peteca, ou apenas conversar e relaxar sob a sombra de umas lindas amoreiras. As moças combinaram de levar bolos e sanduíches. Eu conhecia uma receita especial de pão-de-ló espumante. Os rapazes, estes como sempre levariam gazozas. Plínio nos garantiu que traria o famoso Guaraná Champagne. Maria Eduarda faria os sanduíches.
Um clube de futebol da cidade acabara de se instalar nas proximidades do local onde os rapazes queriam se reunir e talvez pudéssemos ir até lá para assistir a uma partida. Sábado de fevereiro, verão!
Onde mesmo era o local?
João Pedro desenhou um mapa e apontou o lugar "aqui, perto do rio. Esse rio lindo de nossa cidade!" Repousem seus olhos sobre o verde das árvores, e descansem sob a copa das mesmas. Tudo é fresco, até o aroma das romãs".
E, acrescentou ele, "vamos também nadar".
Aí, ele tirou de uma caderneta uma foto antiga. "Meu pai construiu esse trampolim, no entanto, poucas pessoas o têm usado. Vamos aproveitá-lo porque senão a prefeitura vai remover o trampolim dali".


"Sim", disse José Augusto, "porém, eu prefiro fazer um passeio de barco. Vejam esta foto que eu mesmo revelei na câmera escura que improvisei em minha casa. Dá até para pescar!"


José Augusto era um tanto quanto esnobe. Sua família era sócia do Clube de Regatas e ele gostava de contar vantagens sobre as festas do clube, em especial quando havia regatas. Eu havia uma certa admiração por ele, mas desprezava o esnobismo... não que não desejasse ardentemente participar das festas. Mas, meu desejo ardente parava aí...

Voltemos ao piquenique, pois bem! Fazia tempos que não ia a um. Éramos todos estudantes do curso científico no Colégio Visconde de Porto Seguro. Eduarda e eu éramos as únicas moças da turma e éramos muito atarefadas. Finalmente iríamos. Todos se prepararam e combinaram de se encontrar no sábado naquele local, cercanias do Rio Tietê.  João Pedro me deu o mapa. Disse-me "é seu e não se perca!"
Como me perder com um mapa tão bem desenhado? Depois também eu seguiria a trilha do aroma das romãs e do  frescor das árvores. Eu me perderia talvez na distração da beleza do local... e na ansiedade de encontrar os amigos.
E fui para casa, feliz, preparar-me para a aventura.

... ...

Não acredito.. o que aconteceu?
Faz horas que procuro, mas não encontro meus amigos.
Aliás, não suporto este lugar! Como vim parar aqui????????
O rio está ali, posso ver, mas onde estão as árvores, as amoreiras, os barcos, as pessoas nadando? Fiz o bolo para o esperado convescote... oh, está cheio de bolor!
Que rio horrível, eu não vou nadar aqui! Andar de barco? José Augusto é mesmo um doidivanas, como fui acreditar nas histórias dele?
Olha o lixo deste local! E o trânsito? Impossível.
Estou sem ar.. totalmente sem ar!
Tonta, zonza, medo desse lugar enlameado, terrível, devorado, desgraçado, descabível, insuportável..
SOCORRO, caí no rio!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
... ... ...


......
Onde estavam vocês? Faz séculos que procuro por vocês! Onde estavam?
"Finalmente a encontramos, Jaqueline. Venha, é por aqui. Você se perdeu um pouco, mas eu logo a vi quando você escorregou perto da Floreira Tropical"
"Ah? Onde"? indaguei perturbada.
"Neste tipo de floreira há águas relaxantes, as pessoas não percebem, alguns escorregam".
"Mas, você não se guiou pelo mapa?" indagou João Pedro.
"Sim", respondi, mas de tanto folheá-lo, decifrá-lo, está todo amassado.
"Não foi este o mapa que lhe dei", João Pedro olhou-me sobressaltado.
Eu lhe passei o mapa pela versão Maput 3D heliogram! Você não o captou?
Eu não entendi se ele falava português ou outra língua comigo, mas pouco importava. Eu estava com eles e estava feliz.
O ambiente era outro. Tudo era verde, calmo, lindo, belo e moderno, extremamente moderno, e confortável, um parque maravilhoso.. um sábado espetacularmente feliz... onde nossos netos e alguns bisnetos faziam seu piquenique com produtos que colhiam ali, frescos e saudáveis.
Enquanto isso, nós ríamos e nos lembrávamos de uma juventude de muitos anos atrás.
Voltamos a ser jovens... e aventureiros. Nada como ver de novo.. o verde novo!

(Texto inspirado na matéria: "Como ficaria a marginal do Rio Tietê se o verde retornasse?" encontrado neste link).

Fotos: limpageral.blogspot, national geographic brazil e wikipedia.


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